22 de Março | 2023 - Por Nelson Wilians

E você, o que me diz?

 
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Qual das seguintes atitudes evidencia mais que, embora tenhamos avançado em diversos aspectos, ainda temos que evoluir muito como sociedade: a importunação sexual sob as lentes das câmeras, e ao vivo, por dois participantes de um reality show de grande audiência, ou o comportamento de três estudantes de um curso de Biomedicina, que escancararam no Instagram o deboche etarista a uma colega de faculdade de 44 anos?

Os participantes do reality show foram eliminados por contrariarem as regras do programa, e a polícia abriu um inquérito para apurar o caso. As estudantes de Biomedicina solicitaram a desistência do curso após a repercussão do caso. A faculdade comunicou que iria instaurar um processo disciplinar, de acordo com informações da imprensa.

Vale ressaltar que importunação sexual é crime e prevê punições para quem a pratica. A pena pode variar de 1 a 5 anos de reclusão, dependendo das circunstâncias do caso. Quanto ao etarismo, a Constituição Federal coíbe esse tipo de discriminação; e o Estatuto do Idoso traz uma série de mecanismos para garantir a dignidade das pessoas idosas e o respeito aos direitos delas, inclusive com penas e sanções. E veja, no caso citado, a estudante nem tinha atingido a idade que a enquadraria na condição de idosa!

Porém, não são exatamente os aspectos jurídicos que eu gostaria de levantar aqui, mas desejo expor o meu estranhamento com essas atitudes, muito sem noção, para usar uma expressão atual.

Talvez por aceitação e “lacração”, em ambos os casos houve uma clara transposição das regras que regulamentam a nossa vida em sociedade.

Mas o que esses acontecimentos reforçam é que há, de fato, um declínio na saúde mental de uma parcela dos jovens, com a perda parcial do sentido de realidade, diante das mídias sociais, que os impedem até de avaliar as consequências de suas ações e os riscos envolvidos. A necessidade de exposição constante parece levar muitos deles a cometerem ações ultrajantes e perigosas para se manterem relevantes ou interessantes.

A educação e o diálogo aberto sobre responsabilidade podem ajudar a abordar essas questões e minimizar os riscos associados ao uso das mídias sociais. Porém, é preciso reafirmar o que é certo e o que é errado, mesmo que isso não seja valorizado e popular ou mesmo que alguns achem que isso é politicamente incorreto.

Sem querer exagerar o papel das redes sociais, é preciso estimulá-los a adotar uma abordagem responsável, independentemente se o ambiente é virtual ou real, para que adquiram um sentido de integração moralmente adequado. A tecnologia muda rapidamente, mas as necessidades de desenvolvimento dos jovens permanecem as mesmas. De outra forma, eu diria: tenham modos!

Por

  1. Nelson Wilians Fratoni Rodrigues
  2. CEO e Sócio-Fundador

  3. São Paulo/SP

Para

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